Cláudio Guerra

08:38 Postado por Geremias Pignaton

                                               Foto IG

Este aparente inofensivo senhor aí da foto é o ex-Delegado Cláudio Guerra, da Polícia Civil Capixaba.
Certamente quem é de minha geração no Espírito Santo já ouviu falar dele.
Foi o chefão do Dops no estado e depois ficou operando como simples delegado de polícia até a década de 90.
Agora, está cumprindo pena pelo assassinato do bicheiro Jonathas Bulamarchi e outros crimes comuns.
Convertido ao cristianismo evangélico, resolveu contar tudo que sabe sobre o  trabalho sujo que fez para a ditadura militar.
Tem coisa do arco da velha: assassinato de militante de esquerda, desaparecimento de corpos em fornos de usina de açúcar, atentado contra Brizola, atentado do Riocentro, assassinato do jornalista Baumgarten, assssinato do Delegado Fleury...
Tudo foi relatado por ele num livro dos jornalistas Marcelo Netto e Rogério Medeiros chamado "Memórias de uma Guerra Suja". Livro recém saído do forno.

A ditadura e seu método violento e sujo de fazer justiça sumária produziu monstros como esse. Pior que depois esses monstros ficaram por aí formando quadrilhas de malfeitores e assassinos. Grande parte do crime organizado de hoje nasceu dos métodos usados naqueles anos de chumbo.

Nos últimos meses, sobretudo depois que Dilma assumiu o poder, temos visto tentativas de resgate dessa história fedorenta que permanece enterrada em cova rasa. Espero que isso tudo venha à luz e a sociedade tome conhecimento dos fatos.



Fico com um pé atrás em relação às  informações passadas por este Cláudio Guerra. Ele sempre foi afeito aos holofotes. Não conheço o trabalho do Marcelo Netto, mas Rogério Medeiros também gosta de um sensacionalismo. Mesmo assim, acho que tudo deve ser apurado tintim por tintim.

Para acessar matéria do IG  e do Globo
http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2012-05-02/delegado-fleury-foi-morto-pelos-militares.html

http://oglobo.globo.com/pais/ex-delegado-acusado-de-atentados-homicidios-4795658#ixzz1tofqtlLD

1 comentários:

  1. Guti Lanschi disse...

    Sensacionalismos a parte, tem muita coisa podre embaixo do tapete. A anistia, feita pelo governo militar, não só livrou de julgamento os torturadores, mas tornou a tortura um fato corriqueiro no Brasil. Deixar impunes esses monstros sob o argumento de que “o outro lado também matou” é uma desculpa esfarrapada e um mau exemplo para o futuro. O que não se pode esconder é o barbarismo que foi cometido e nem deixar de esclarecer o que aconteceu com as pessoas aos seus familiares. É uma questão de humanidade. A ditadura deve isto aos brasileiros.