Linchamento em Sapopemba

01:55 Postado por Geremias Pignaton

Um caso para se pensar ocorreu em São Paulo domingo à noite.
Um motorista de ônibus passou mal e perdeu o controle do veículo, atropelando uma pessoa e batendo em carros e motos que estavam estacionados na rua pela qual ele trafegava.
Os integrantes de uma festa que ocorria no local, dizem que era um baile funk, depredaram o ônibus e lincharam o motorista que morreu a caminho do hospital.
Não se sabe ainda se o motorista morreu em consequência do linchamento ou do mal que sofreu antes do acidente.

Foi um caso de se fazer justiça com as próprias mãos. Os linchadores cometeram um crime horrendo achando que estavam fazendo a mais límpida justiça.
 Fico indignado quando vejo pessoas pregando este tipo de atitude. Frases como "bandido tem que morrer", " a polícia deve matar este tipo de bandido", "bandido bom é bandido morto" entre outras do gênero, me remetem à barbárie de tempos remotos da humanidade.
Nós evoluímos para um Estado regulador da sociedade que se pretende seja o aplicador da justiça. Se ele, o Estado, tem problemas para isso, devemos trabalhar para melhorá-lo.
O tempo do "olho por olho" já ficou há milênios.

1 comentários:

  1. Guti Lanschi disse...

    Geremias, a coisa funciona assim: cria-se através da mídia uma paranóia coletiva que atribui a todo acidente no trânsito a bebida, toda a violência ao tráfico, toda bala perdida aos bandidos, todo câncer ao cigarro e todo terrorismo aos árabes. Isto para implantar no mundo e no Brasil por tabela um estado policialesco para que a sociedade aceite o controle de todos os nossos atos. Nunca George Orwel (1984) foi tão atual. As pessoas ficam anestesiadas e aceitam, pacificamente, que os mais bárbaros atos sejam cometidos em nome da democracia, da segurança e dos bons costumes.