O Futuro de Nossa Cidadezinha

Sei que o leitor, sobretudo o seu simpatizante, deve dizer que isso é mérito dele, que quem é contrário deve se virar, que é competência dele, que os perdedores das disputas devem se conformar com os resultados e que lugar de choro é na cama quentinha.

De certa forma, concordo com essa argumentação, mas sempre lanço a pergunta: e a nossa cidade, e o nosso município?

Estamos cada vez mais nos tornando uma cidade dormitório, cada vez mais somos um apêndice de Aracruz. Estamos deixando de ser protagonistas de nossa bela e riquíssima história.

Passa da hora de nossa classe dirigente, empresários, professores, profissionais graduados, líderes religiosos, estudantes, pensar nisso. Sei que muitos estão, de uma forma ou de outra, beneficiados com esse esquema de poder, mas precisamos pensar no bem maior, na nossa cidade, sede de uma sociedade quase ímpar, formada pela coragem de desvalidos que, vindos de longe, domaram ambiente inóspito na tentativa de prover uma vida mais feliz.

Temos um orçamento anual entre 20 e 30 milhões. A mim, observador distante mas atento, trata-se de uma grande quantidade de recursos muito mal empregada. Parece-me que a cidade serve muito mais a um esquema de poder do que é beneficiada por ele.

Ainda temos tempo de assumirmos as rédeas de nossa história, mas, para tanto, devemos repensar, antes de tudo, em como o poder é exercido, em como são gastos nossos recursos e para onde pende o nosso leve peso político.