Pronto-socorro, breve história

01:25 Postado por Geremias Pignaton

O povo de Ibiraçu queria ansiosamente um hospital. Chegou-se a dar um terreno para doutor Sixto construir o nosso hospital. O marido da prefeita, na época vereador, fez uma festa do lançamento da pedra fundamental. Políticos de Vitória e um foguetório ensurdecedor. O terreno era aquele onde hoje é o posto de saúde e a gráfica Ingral. Passou-se três anos e não vimos mais sequer uma outra pedrinha, além da pedra fundamental.
Jauber venceu a eleição de 1982, assumiu em Janeiro de 1983, finalmente Ibiraçu teria prefeito depois de 26 anos de domínio político de João Neiva.
O povo continuava na ânsia por um hospital.
O município já tinha um hospital em João Neiva. Até hoje ele está lá e atende muito a população de Ibiraçu. O hospital de João Neiva era mantido por uma sociedade local, com um substanciosa ajuda anual da prefeitura. Não tínhamos condições financeiras de manter dois hospitais. Resolvemos, então, construir e fazer funcionar o pronto-socorro.
Sem foguetório, sem pedra fundamental, sem políticos de Vitória, o pronto-socorro começou a funcionar ali perto da entrada do Estádio. Tinha uma equipe médica se revezando em plantão de 24 horas. Eram médicos que, em sua maioria, tinham atividade também no Hospital de João Neiva.
Alguns médicos daquela época que me recordo: Luiz Carlos Peruch, Marcos Moro, Eloísio, Carlos Eduardo, Eumam, Zé Valdir.
Durante a administração do Jauber - 1983 a 1989 - o pronto- socorro foi crescendo com aquisição de equipamentos, materiais e a contratação de mais profissionais.
Com a emancipação de João Neiva, o marido da prefeita ganhou as eleições de 1988. Assumiu em Janeiro de 1989. Pensávamos que o pronto-socorro ia se ampliar, crescer, virar hospital. Nada. Fez o contrário, minguou, faltou profissional, fechou. Cresceu, entretanto, a promessa de se construir um hospital. Até hoje persiste essa promessa. Chegou-se a inaugurar uma maternidade. Muito foguetório, discursos políticos sobre amor e união. Nunca nasceu uma só criança na tal maternidade. Parecido com o cemitério de Sucupira, cidade de Odorico Paraguassu, o coronel de Dias Gomes, que nunca teve um defunto enterrado.
Jauber voltou prefeito em 2005, eleito em 2004, com muita luta, logo no início do mandato, botou o pronto-socorro para funcionar. Funcionou com elogios da população durante todo seu mandato.
Hoje, de volta ao poder, o grupo comandado pelo marido da prefeita. As promessas de hospital continuam nos discursos, mas o nosso pronto-socorrinho mingua, decai, falta material, falta médico, não demora, vai fechar!

1 comentários:

  1. O Careta disse...

    Gerê
    Nunca queria estar aqui concordando com voce sobre o Pronto Socorro, mas sou obrigado. Dói o coração testemunhar e ter que confirmar suas suspeitas. Hoje fui ao prédo onde funciona o finado PS e ví baratas, isto mesmo, esse inseto nojento, morto pelo meio do prédio, portas completamente podres, pinturas em péssimo estado, portas sem trancas. Também há funcionárias que trabalham mais de 12 h ininterruptas, recebem horas extras, mas a carga horária é excessiva. Sem contar com a frequente falta de médicos. Tive que acreditar que está para fechar realmente.